quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nasce o 193º país do mundo


domingo, 7 de agosto de 2011

Nasce o 193º país do mundo

O mapa da África está sendo alterado pois  nasceu no dia 09/07/2011,  o Sudão do Sulpaís mais pobre do globo.



Sudão do Sul partilhará junto com a Somália e o Afeganistão os piores indicadores sociais do planeta.  Esta região foi, por décadas devastada por guerras civis.

É o lugar no mundo onde mais morrem grávidas e recém-nascidos, e 90% das mulheres são analfabetas.
Também falta tudo neste novo país: hospitais, escolas, esgoto, iluminação, polícia. Estradas são poucas e precárias. Na capital, Juba, há apenas uma rua asfaltada. No lugar de táxis, garotos levam estrangeiros na garupa de motos, as "boda-bodas".

Do tamanho de Minas Gerais e com 8,5 milhões de habitantes, o sul negro e cristão se sente colonizado pelo norte árabe. O Sudão, maior país da África, deve perder 25% de sua área.
Hoje, cinco anos após o acordo que pavimentou o caminho para o voto, 85% da população do sul ainda vive abaixo da linha de pobreza e mais da metade depende de assistência alimentícia.
De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras, 1 em cada 4 sudaneses do sul tem alguma assistência de caráter médico.
E 1 em cada 7 grávidas morre por problemas relacionados à gestação. "Por mais que a guerra tenha terminado, a situação não melhorou", afirma um membro do MSF.
Nesta região, onde 92% das mulheres não sabem ler nem escrever, também não há eletricidade.
O fornecimento de água é administrado por empresas privadas, por meio de caminhões tanque, que percorrem a cidade enchendo reservatórios particulares.
Sem dúvida, mais da metade da população não tem acesso à água potável.

"Levará anos para o Sudão do Sul deixar de depender da assistência", diz Borght.

A cerimônia de independência contará com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, representantes de vários países vizinhos e celebridades, como o ator George Clooney.

"As pessoas estão tão otimistas que é até assustador", conta Jane Some, funcionária da ONU no Quênia.
"Os jovens esperam que a vida vá melhorar da noite para o dia, que vão conseguir emprego, estudo. A geração mais velha está radiante em testemunhar a independência depois de duas décadas de guerra", acrescenta.
"É um momento histórico, mas os desafios são gigantescos", afirma Erwin van der Borght, diretor para África da Anistia Internacional.
Uma das maiores necessidadesserá superar a insegurança. Em 2011, 1.800 sul-sudaneses morreram e 150 mil foram deslocados após renovados conflitos na fronteira, segundo a ONU.
Este é o ano mais inseguro no Sudão desde o fim da guerra civil de duas décadas, em 2005, quando rebeldes do sul (negros) e o norte (árabe) assinaram acordo de paz.

Disputas por terras e reservas de petróleo nas regiões fronteiriças de Abyei e Kordofan do Sul, porém, ainda trazem instabilidade, apesar de o sul ter legitimado sua secessão em referendo em janeiro.

O sul abriga 80% do petróleo sudanês, mas depende das refinarias do norte para exportar.
"É preciso estabilidade para explorar este petróleo", diz Jon Temin, diretor do think-thank USIP, em Washington.

Os EUA são o principal ator internacional no país e investem em infraestrutura, para fazer frente à presença chinesa no norte.

A a ONU aprovou nova força de paz para o Sudão do Sul, com 7.900 homens.

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